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Uma história escrita a duas mãos.
Alice acordou já a meio da tarde. Nem quis acreditar quando olhou para o relógio e viu que já era tão tarde. Olhou à sua volta, a sentir-se perdida. Tudo permanecia igual. Nem um sinal dele. Continuava sozinha. Ele não ia voltar, esse pensamento não lhe saía da cabeça. E do coração, que lhe tremia dentro do peito. Só queria voltar a adormecer e acordar só quando toda esta situação tivesse passado. Mas não podia, a vida não pára.
Levantou-se, foi até à casa de banho, olhou-se ao espelho. Olhos inchados, das lágrimas que caíram até adormecer. E das que sentia que ainda estavam para cair, a qualquer momento. Apesar de ter dormido até tarde, sentia que não descansara. A cabeça latejava. As dores do pé quase não se faziam sentir, em comparação com a dor da desilusão que sentia dentro de si. Sentia-se sem forças, o seu organismo precisava comer. Mas não conseguia sair do quarto, nem falar com ninguém. Sentia-se sem forças sobretudo de encarar o mundo lá fora que sabia que ela esperava o suposto marido... que não aparecera.
Passou a cara por água e voltou a enfiar-se na cama. A ver as horas passar. Quase sem sentir nada. E assim passou mais uma noite, entregue à angústia de não saber o que fazer. Amanhã era outro dia. Passou a noite quase em claro e, quando estava quase a deixar-se vencer pelo sono e cansaço, batem à porta. O seu coração quase parou, gelou. Levantou-se, a medo, e abriu. A recepcionista, com um envelope nas mãos.
Alice não disse uma palavra, recebeu-o e voltou a fechar a porta. Abriu o envelope e ficou com o coração nas mãos, ao ver o que tinha dentro.