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por Daniela Barreira, em 30.03.16

Mas não adormeceu. A sua cabeça latejava, as dores do pé começavam a fazer-se sentir mais fortes... E as lágrimas inundavam-lhe os olhos. Era noite, e Pedro não regressava. Ele não ia voltar, ele não ia voltar, ele não ia voltar. O seu coração estava apertado. Sentia-se ridícula. Confiou num desconhecido, deixou-se levar, deixou-se guiar. E esperava que ele voltasse para junto de si ou, pelo menos, para a ajudar a sair daquela embrulhada em que se meteram. Porque estavam juntos nisto. Não estavam? Ela já nem sabia o que pensar. Como esperou tanto de alguém que não conhecia? E porque o fez? Logo ela, que prometera a si mesma que isto não ia voltar a acontecer. Não mais. Estava confusa, não estava a perceber nada. Queria descansar, esquecer tudo e acreditar que amanhã tudo seria diferente e uma solução surgiria. Mas não conseguia.

- És tão burra, Alice. - disse para si mesma.

Quanto mais as horas passavam, mais cansada ela se sentia. Estava esgotada, quando finalmente adormeceu, já com o sol a nascer.

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por O Principezinho, em 29.03.16

Pareceu-lhe que estava alguém a tentar entrar no quarto.
Era ele! Só podia. E ela estava completamente nua, despida…não conseguia pensar mas também sabia que o desejava mais do que tudo e que desta vez não iria reprimir nem disfarçar os seus desejos mais ardentes.
Podia ter-se coberto com uma toalha, mas não fazia tenções de fazê-lo.
- Está tudo bem? Precisa de ajuda?
Alice gelou quando ouviu uma voz feminina do lado de fora da porta. Durante uns segundos, nem sequer conseguiu emitir uma única palavra. Cobriu-se com a toalha e bem devagar, não forçando o pé magoado, conseguiu ir até à porta, abrindo-a.
- Estou melhor, obrigada. Estava a tomar um duche quente para relaxar.
- Óptimo. Espero que melhore e recupere depressa.
Vendo que a funcionária estava a preparar-se para se ir embora, pergunta-lhe:
- Por acaso não viu o meu marido?
- Não, não o voltei a ver.
Alice, visivelmente embaraçada, acrescentou:
- Foi à farmácia comprar um anti-inflamatório, mas está demorar tanto tempo que começo a ficar preocupada.
- Porque não lhe liga? Vai ver que não aconteceu nada de grave. Bem, se me dá licença, tenho que ir. As melhoras. Alguma coisa que necessite é só ligar para a recepçãoç
- Muito obrigada.
Alice fechou a porta e sentou-se na cama. Inspirou fundo. Nem sequer tinha o contacto de Pedro, como lhe haveria de ligar? Ainda para mais, agora tinha dito que ele era seu marido. E se ele nunca mais aparecesse? Como sairia ela dali? Não tinha dinheiro para pagar a estadia. E como justificaria o desaparecimento misterioso do marido? Só de pensar, sentiu uma forte dor de cabeça.
Meteu-se debaixo dos cobertores e desejou adormecer e esquecer tudo o que lhe estava a acontecer.

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por Daniela Barreira, em 29.03.16

Quando Alice acordou, olhou para o relógio e ficou surpreendida. Já era final da tarde. Nem deu pelo passar das horas. Adormeceu profundamente. Olhou à volta, à procura de Pedro... e nada. Nem sequer um sinal de que ele já tivesse regressado entretanto. Nada das suas coisas, nada dos medicamentos que ele tinha ido buscar. Nada de sinais de si. Tudo permanecia igual ao que estava antes de ela ter adormecido. Sentiu um aperto no coração. Ele já deveria ter voltado... Não percebia o que se estava a passar, mas não estava a gostar da sensação. Levantou-se, para ver se conseguia aguentar-se de pé. As dores do pé voltaram, mas não o suficiente para não aguentar. Aquelas horas de sono e repouso fizeram-lhe bem. Foi até à casa de banho, um banho quente era mesmo o que estava a precisar... Para renovar energias, para lavar angústias e medos. À medida que a água quente lhe percorria o corpo, os seus pensamentos estavam a mil. Onde estaria Pedro? Um aperto no peito fazia-a recear que ele não voltasse. Afinal de contas, ainda que algo a fizesse sentir profundamente que sim, ela praticamente não o conhecia. Atirou-se nesta aventura com ele, mas estava a dar-lhe mais trabalho e preocupações do que desejara. As lágrimas teimavam em aparecer. E se ele a tivesse deixado ali?

No meio daqueles pensamentos e receios, ainda com a água quente cair-lhe no corpo, do outro lado da porta, ouviu um barulho no quarto...

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por O Principezinho, em 25.03.16

Mas Pedro não foi à Farmácia. Chamou um táxi e indicou uma morada ao motorista.
Enquanto o táxi fazia o percurso, Pedro não conseguia pensar. Olhava para a paisagem sem realmente a ver. O motorista percebeu que o passageiro estava nervoso e ligou o rádio.
Quando o táxi se aproximava de uma casa imponente toda pintada de branco e rodeada de altos muros, também pintados a branco, Pedro quebrou o silêncio:
- Pode parar. É aqui.
Enquanto isso, as horas passaram e Alice adormecera profundamente.

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