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Uma história escrita a duas mãos.
Pedro meteu a mão ao bolso e retirou um molho de chaves. Escolheu a chave que abria o portão da casa. Percorreu o jardim devagar. Parecia-lhe que o corpo, a par dos seus pensamentos, estava também paralisado.
Quando chegou à porta principal, abriu-a e ficou imóvel, parado à entrada.
Na sala, encontrava-se justamente a última pessoa que ele queria encontrar. Estava deitada no sofá, adormecida, com um copo de whisky na mão.
Pedro segurou no copo com delicadeza e colocou-o na mesa. Não queria que ela acordasse e voltasse a desestabilizar-se ao vê-lo ali. Pegou numa manta quente e aconchegou-a.
De seguida subiu rapidamente as escadas e digitou o código que abria o cofre. Mas o cofre não abriu. Como estava demasiado nervoso, Pedro sentou-se na cama e tentou acalmar-se. Segundos depois, voltou ao cofre e tentou novamente a combinação de números. Mas o cofre não abria.
- Ela mudou o código! – disse para consigo mesmo.
Vasculhou a mala dela que estava em cima da cama e encontrou cem euros. Meteu-os ao bolso, desceu as escadas e saiu não fazendo nenhum barulho.
Foi a pé até à Farmácia e comprou um anti-inflamatório. Dirigiu-se aos Correios e, enquanto esperava a sua vez, escreveu uma carta. Quando a empregada chamou o seu número, Pedro dirigiu-se ao Balcão e disse:
- Quero enviar uma encomenda para esta morada, por favor.
Quando saiu do edifício dos Correios, Pedro estava imensamente pálido. As mãos tremiam-lhe. O que ficaria ela a pensar dele quando recebesse o embrulho?