Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Uma história escrita a duas mãos.
Passaram-se minutos naquele silêncio e ela não conseguia adormecer. Não assim. Com aquele homem ali tão perto, mas não perto o suficiente. Ele dera-lhe o seu casaco para a aquecer, ofereceu-lhe a placa de esferovite para que ajudasse no seu conforto. E ele estava ali, no chão, sem casaco. E perto dela, mas não o suficiente. Hesita em quebrar o silêncio. Mas não resiste.
- Pedro? Está acordado?
- Parece que sim... Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?
- Preciso...
Ele, num impulso, senta-se. – O que precisa?
- De si... Aqui ao pé de mim. Não consigo dormir assim, consigo aí no chão. Venha, dividimos o casaco e tentaremos dividir a placa de esferovite.
Ele sorriu. Ela parecia ler-lhe os pensamentos, os sentimentos, os desejos. Levantou-se, e ela já estava a acomodar-se para lhe dar espaço. A placa de esferovite era estreita, ele abraçou-a para conseguirem caber naquele espaço pequeno. Ela cobriu-o com o casaco que a cobria a si.
- Está a habituar-me mal, Alice... – mais uma noite... e aquela mulher de corpo colado ao seu.